Hoje o sol nasceu de cabeça pra baixo e eu me senti vivo outra vez. Há na incoerência uma razão para a felicidade. Há uma cidade repleta de homens de papel. Há papéis que não dizem nada. Eu gostaria de saber nadar. Quatro vermelhos, apesar de continuar preferindo o três. Pobres pulmões. Eles se divertem e me fazem sorrir. Não vejo o riso dela, que é a excessão entre todas elas, mesmo que por uma noite. Não entendo se já é dia ou se é o efeito do teu reflexo. Lembro dos grandes olhos. Me arrepio. Há uma falta de lucidez que não me deixa entender. Talvez alguma nova estrela surja no céu essa noite. Talvez haja uma explosão de átomos. Talvez exista a pós-modernidade entre nós. Nó de marinheiro, vai encarar? Essa pergunta é pra mim. Apesar de turvo, há uma linearidade singular, que amanhã eu esquecerei. E se isso um dia virar poesia... Pergunte ao pó.